O filósofo caracteriza o homem-massa como aquele incapaz de
dirigir a sua própria existência já que a sua preocupação está em consumir e em
não reconhecer a herança deixada por seus precedentes nas outras fases da
história.
As minorias de antes, foram tomadas, nos dias de hoje, pela
falta de individualidade, pelo que podemos chamar de um conjunto de
semelhantes. Virou cômodo sentir-se igual aos demais. Há um fingimento em não entender
que a diferença dar-se por meio do esforço pessoal, no lugar dessa compreensão,
instala-se, de forma falsa, que os diferentes são aqueles que forçam a
superioridade sobre os demais. O diferente é posto em lugar de eliminação.
O homem médio é criado para ver um mundo maravilhoso, onde tudo
pode ser obtido por ele mesmo, onde o amanhã é melhor que o hoje e o hoje é bom
graças a ele, e não ao ontem. Não se preocupa com os demais já que é moldado para
crer que todos são iguais, podendo, dessa forma, atingir tudo que ele pode
atingir, esquecendo que a relatividade perpassa a todos, e as condições, são,
portanto, diferenciadas.
O diferente, o esforço, a individualidade ou a obra de algum
artista, por exemplo, quando colocada em exposição, só consegue se firmar
quando busca os lugares mais ameaçados, que são os distintos do restante
“industrial”. A massa comercial está, no entanto, a salvo, pois ser “igual” é
ser “normal”.
Atualmente, o mundo ocidental passa
por isso de uma maneira que o comodismo cresce por dia de uma forma notável e,
ao mesmo tempo, banal. Aquele que se esforça em abandonar essa posição de
aceitar uma essência conjunta e busca o caminho do individualismo poderá obter
a “estranheza” desse mundo para, então, começar a compreendê-lo.
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