true colors

Hoje, eupneica, alternando entre meus olhos e a cidade refletindo e através da janela, observei meu tórax em relação a compressão. Não estava lá. E antes de perguntar se você também não estava mais lá, perguntei do outro. Que sempre foi só um outro. E do outro, respondi sinceramente que não sabia, ao mesmo tempo que tentava me localizar numa cidade que não sei me localizar. E lembrei de que quando no avião, quis que todos os meus pensamentos compressivos ficassem em alguma nuvem antes de eu descer. E que depois dissipassem para que não entrassem em ninguém. Porque não os desejo para ninguém. E veio você em seguida. E não tinha você. 
E aí eu notei que a compressão e a taquicardia são boas quanto autolimitadas. Boas quando a gente sabe que vai acabar. Que pode chegar em casa. Que em uma semana passa. Ou um mês. Ou com uma correção. Ou alguma coisa que demore, mas passe. E você não dava pra saber. Não dava para viver. E agora eu vejo, o que eu sempre vi, de fato: não é bom viver em estado de alerta o tempo inteiro porque um milhão de coisas se perdem, uma delas é a paz. 
Quanto ao outro, como posso te dizer? Quando acesso o mais íntimo, o mais cru e sincero ponto da alma e me pergunto sinceramente o porquê de eu estar triste, a resposta é por estar sozinha. E voltamos: eu sempre estive. E então? E então, talvez seja porque tudo bem eu ser sozinha porque sei lidar com isso, mas o mundo saber que eu sou sozinha é pesado. Não sei, talvez, lidar com o peso do mundo achar que sou sozinha. Não sei ser peso pro mundo.

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