Em órbita

Eu não sei quanto tempo é preciso para que eu me acostume a ficar sozinha pra sempre. Assumir isso, de alguma forma. Sempre me senti assim, independente de com quem eu estivesse. Com vc, um pouco mais porque sempre foi muito escancarado que não existe reciprocidade no escândalo sentimental que sinto por você e insisto em sentir e aí, resolvi agir como a forma que sempre coloquei como meta de minha maior possível evolução: ir embora sem dar tchau. Fui embora sem dar tchau. Não queria ter que dizer mais uma vez o quão desesperada eu sou por sua imagem, pelo seu rosto, pela sua voz, pelo seu toque, não muito mais que isso porque eu nunca descubro mais que isso já que existe alguma barreira entre nós (não sei se montada por você, por mim ou por ambos. Saberei um dia?). Mas mesmo tendo ido, fico olhando pra vc de longe, sem que vc me veja, esperando vc se mover em minha direção (você não pode fingir que não sabe onde estou porque você sempre soube, tanto que veio de alguma forma (o que também me pergunto se algum dia saberei o motivos)). Mas você não vai vir. Você não vai vir enquanto eu te amar tanto assim porque, definitivamente, não há justiça sentimental sob o planeta terra, pelo menos não por onde eu piso ou voo. Não há. Não consigo vê-la. E é isso. Me seguro com camisa de força para não implorar por nossa chance nessa vida. Não sei o quão forte sou e tô aqui testando. Talvez você me ache ridícula por ter sumido, talvez agradeça a Deus por não ter sido obrigado a ler outro texto imenso onde me exponho completamente como se eu fosse uma lunática depravada. E é isso. Fui embora. E ficarei esperando você vir mesmo sabendo que você não vem porque eu gosto muito de você e você quase nada de mim. E ao mesmo tempo fico tentando finalizar cada segundo por vez porque sei que com a passagem deles virão alguns aprendizados. Um deles, de ficar sozinha finalmente, de perceber que tá tudo bem não ter pra quem dar boa noite nem bom dia, de perceber que ok que meu namoro se perdeu pra sempre porque eu nunca estive nele (sempre estive em você) e perceber que eu também fui injusta e seria novamente de tentar com mais alguém se eu sempre serei complementamente sua. E o segunda aprendizado que seria aprender definitivamente a viver sem fazer de você a minha maior extensão e talvez apenas com isso eu possa um dia ter você de verdade gostando de mim (porque é assim que os humanos parecem funcionar, só com partes, nada completo) ou de viver com quem quer que seja, mas viver algo de verdade. Ou sozinha. Sozinha de verdade.

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