Ausência presente

No meio do mesmo ritual de sempre, quando fui digitar meu nome, digitei o seu. Acho que isso resume bem: eu sou muito mais você do que você nunca foi para mim. Hoje estou assustada, sabe? Por alguns momentos nas últimas 72 horas pareceu que você tinha ido embora de mim porque novas coisas me derrubaram e aí eu deitei no escuro e forcei todas as lembranças do seu rosto ao meu lado. Você é minha força porque você é minha queda maior. Essas palavras estão quase nada carregadas das emoções minhas que sempre foram suas, provável que pelo motivo da minha insegurança com a atual vida, mas também talvez por você ter aparecido. O que foi isso? A sua aparição me deixou tonta, pesada, dolorida e perdida. Tudo isso. Tudo isso por dez minutos. E passou. E aí eu precisei de doze dias para apagar sua foto, para saber que eu realmente não ia te responder. Sei lá o porquê. Talvez por desejar que você venha de novo (sei lá pra quê). Talvez por não desejar ninguém mais que quem aqui está. Talvez por saber que você em si não é nada, mas você-eu é o que importa, o que me faz continuar em pé perante a vida maluca que adora me deixar no chão. Não sei, acho que a vida inteira eu tenha precisado da queda que tivesse o seu rosto para usar como apoio até o fim. Não me deixe sozinha porque eu não aguentaria a minha vida sem você, eu não aguentaria a sua ausência sem você. (Último julho, 22)


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