Bactrim®. Sulfametoxazol + trimetoprima

Hoje é um dia daqueles que chego, deito e sei: eu precisava de você. E sei mais: precisava das sobras que eu achava que era você. Oferecendo um conforto qualquer que eu achava que era muito. Em breve faz um ano que você decidiu que eu não servia pra você. E eu aqui, um ano depois, achando que, por chegar em casa péssima, precisaria de você. Hoje é um dia daqueles que eu me sinto incapaz, insuficiente, inútil, fraca, inferior. Inferior. Hoje é um dia similar ao dia que você me deixou. Ao dia que você sempre vai citar que eu fiz você me deixar. Hoje, como em vários outros dias, sinto que não faço a menor ideia do que estou fazendo nesse planeta já que a maior parte dos seres humanos me fere e eu me sinto cada vez mais só e nem tem mais espaço para essa solidão. Nem dentro, nem fora. Não tem mais espaço, mas ela cresce. Como um tumor, talvez. Hoje é um dia que eu penso "eu deveria desistir", mas de que? Penso "fiz tudo errado" e me culpo e me firo. Hoje o dia foi uma bosta desde antes de eu acordar porque dormi de forma terrível, como se adivinhando a avalanche de frustrações que viriam. Acho que sou maluca e mimada porque tudo isso, talvez, seja por nota baixa. Mas tem os amigos que pescam, traem, roubam e mentem como rotina. E isso me deixa ainda mais só. Como? Onde? Onde cabe tanta solidão? Onde vou parar ficando tão só? E me questiono se vale a pena forçar a barra de ser certa só pra no final da soma me sentir otária. Será que vale a pena continuar no que suponho ser correto? Porque é mais difícil, convenhamos. E é bizarro questionar esse tipo de coisa, mas é isso que a sociedade faz. Sabe, eu precisava de você agora, mesmo sem saber pra quê.


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