Há alguns dias você me derrubou e eu chorei. Nesse dia fiquei assustada por cogitar a possibilidade de precisar interromper sua estadia na minha vida. Apesar de não fazer a menor ideia de como seria uma vida sem você, minha parte mais evoluída diz que é possível, que a morte não é a única opção se obrigatoriamente sua ausência precisar existir. E isso me bagunçou de todas as formas. E alguns dias depois você me bagunçou ainda mais. Noites em claro. Coração batendo desesperado. E eu não sei falar sobre tudo isso. Eu ia apagar esse texto agora. Bem aqui. Porque eu não sei. Eu simplesmente não consigo mais entender as coisas. 
Do outro lado da minha vida, hoje acenderam uma forte luz em meio a meses de escuridão e cenas de pouca luz. Sabe quando existe um som contínuo que te incomoda a ponto de você achar que não tem mais nada ali? E de repente desligam ele e você nota que havia, sim, algo irritante ali o tempo todo? Foi hoje. Hoje aconteceu o que por várias noites pensei que morreria quando visse. O que sonhei várias e várias noites visualizando. E não morri. E não sei mais. Cortaram o som. Cortaram a dor. Cortaram a motivação de me machucar e também a de impossivelmente ser feliz um dia sabe-se lá onde. Desse outro lado da minha vida, eu desejo um pouco adquirir a capacidade de não perdoar, de realmente fingir que algumas pessoas jamais existiram e de não me disponibilizar quando elas precisassem. Quando você precisar. Eu não estou triste, eu não estou nada. 

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