De abril

Eu acredito na tristeza. Queria te fazer feliz sem ter a preocupação de conferir rotineiramente se há chão para mim. Queria não ser um disco corrompido. Queria não ser um objeto desejado de estudos da minha amiga que quer estudar mentes problemáticas. Eu queria me permitir dizer que amo você nas vezes em que sinto que sinto isso e ao mesmo tempo não queria. Eu queria tanto não ficar jogando minha mente para Marte. 
Nos últimos meses pude visualizar que o mundo não tem um problema sério comigo. Por um tempo pensei que as pessoas tinham perdido a capacidade de gostar de mim, mas, só esse ano, e olha que estamos no quarto mês, dois caras muito incríveis já disseram com todas as letras que gostavam e que queriam ficar. Você não. Nem vai, talvez. E eu não os quis. Muito provavelmente por querer você, mas (e talvez não de forma adversativa, e, sim, de adição) talvez porque eu seja desequilibrada perante a vida. Doida. Sei lá. O que eu estou esperando? Você? Ou eu? O que estou adiando? Sua ida? Ou a minha? Não sei e talvez eu seja doida realmente. Lembro que houve um tempo em que eu temia ficar sozinha, tempo este que hoje ainda. Então qual o motivo de eu não ficar com quem quer ficar no mesmo lugar? Por que eu insisto em você quando nem tenho a certeza se você está num local que possibilite a minha insistência?
Eu me sinto bem porque me sinto desligada de mim e do mundo... E ainda assim tenho medo porque talvez eu seja realmente doida.


Comentários