eurror

Ouvi de você que "é igual a um computador quando trava: você reinicia para consertar". Assim é o ser humano. Ouvi isso quando falei que quando estou doente (fisicamente) durmo para não esperar que a dor passe enquanto estou acordada. 
Essa semana, em sua cama, depois de te deixar na sua festa, da sua casa, com suas amigas e suas ex, fechei os olhos e, no meio de uma tempestade de insegurança, foquei em salvar a vida de alguém. A vida de um estranho. A vida de alguém que, muito provavelmente, eu não lembraria eternamente o nome, mas alguém para quem eu seria útil. O sentimento de inutilidade devora minhas vísceras da forma mais desumana (ou seria humana?) que já experimentei. E é isso que sinto nas relações que resolvo entrar. Nunca sinto ser útil e/ou suficiente e isso me faz desacreditar no que sentem por mim. Eu sequer consigo achar a possibilidade de alguém gostar de volta de mim o tanto que me permito gostar. 
Eu podia ter tido uma convulsão no meio da sua festa e ter obrigado você a dar atenção apenas a mim. Podia ter pedido para você olhar pra mim. Podia dizer para você conversar menos com as garotas que eram (e sempre serão) mais bonitas que eu. Mas fui comprar um sanduíche. E comi. Fui nadar. E nadei. Fui dormir. E pensei na única coisa que acalma meu coração atualmente nessa vida: a vida que eu escolhi. 
Pensei que eu não deveria escrever sobre você principalmente por já saber que o problema não é você. Porque antes era outro. E antes do outro era outro também. Pensei em tentar ignorar esse ciclone que agora tem seu nome. Pensei que férias para os dedos pudessem significar férias para a mente. Pensei que eu podia te abandonar antes de você me abandonar. Mas, vamos lá: com quantas outras pessoas eu já não pensei isso também? O problema tá em mim, tá por aqui, mas não sei solucionar. E escrever é a segunda melhor coisa que consigo fazer. A primeira é tentar. E sempre vai ser. E eu sempre serei capaz de fugir de qualquer pessoa que exista, menos de mim. 
Então, tô aqui. De novo. E você aí, e não aqui.

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