Algumas situações em nossas vidas são comparadas a vícios. Libertar-se delas envolve processos de abstinência. E embora isso pareça uma metáfora, é totalmente condizente com a fisiologia, visto o processo de alguns antidepressivos. Para que a vida mude, existe a necessidade de parar de andar em círculos, de parar de repetir as mesmas ações que levam a fracassos, respeitando o que significa sucesso de forma particular. O mundo inteiro tem recaídas, não devemos nos sentir mais frágeis que o comum por isso. Recaídas não são recomeços. Ouvi esses dias que ninguém para de fumar na primeira tentativa. Voltei, esses dias, a uma estaca que achava já estar me distanciando, porém só consigo sentir que ela está aqui, ainda, bem colada em mim. Resta-me saber se usarei todos os tóxicos que me trouxeram a essa crise dolorosa, o que me levaria, sem dúvidas, a uma próxima crise ou tentar passar por ela (mesmo não fazendo ideia de como) sem eles. Já tive outros vícios, já tive outras noites cortantes e manhãs sem oxigênio disponível e venci todos esses dias. Espero e confio no cuidado de algo muito maior do que eu sobre mim, pois preciso. Sim, mais uma vez.

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