Bombeamento

Semana passada, enquanto andava pelas ruas, programei escrever sobre a voz dublada de Arizona que não sai da minha cabeça. E também sobre outros assuntos. E por mais incrível que seja minha memória, esqueci dos outros, assim, eu não iria digitar apenas sobre ouvir a voz de uma personagem o tempo inteiro. Não escrevi.
Ontem, pela cidade, marquei comigo mesma que iria escrever sobre o quanto fujo da realidade enquanto ando por aí. Fujo da realidade para o tempo voar, para andar mais depressa, para não temer tanto que alguém me sequestre, mate, assalte, sei lá. Era pouco, não escrevi.
Hoje, finalmente, estou aqui para escrever algo para que eu mesma leia, para que eu mesma me acalme, para que meu abraço textual me conforte com a utilidade e calmaria que sempre transpassam por difusão. Nem simples, nem facilitada, mas que, ainda assim, passam. 
E, então, dizer o que qualquer um pode falar, mas que só irá servir se eu mesma pronunciar em silêncio através de algumas palavras: todos os problemas são nomeados de problemas por terem alguma solução. Não fosse, teriam outro nome.
No meio da tarde e no meio da dor de cabeça, olhei, com a mão no queixo, para alguns anos atrás. Anos em que, quando eu estava neles, imaginei que não fosse sair. E tudo hoje não passa de sul. Portanto, passa. Dá certo. E se der errado, o errado te faz mudar de rota e seguir uma melhor. Para o norte. Aponte ele para onde for, exceto para as próprias costas. Que todo a calma atinja minhas funções hormonais e me guie. Amém.


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