Sintonia, telepatia, comunicação pelo cortex

Quando eu bater a porta, você fica fora. Mas enquanto eu estou aqui, meu abraço é todo de quem precisar ser abraçado. Se o dia está quente, chato e pouco produtivo, deixemos para amanhã de manhã... Bem, não. Se eu não posso correr hoje, obviamente, vou ter que esperar amanhecer pra recompor as forças das pernas, no entanto, hoje eu posso ir andando. Quando você não quiser mais, eu vou ter deixado de querer dois segundos antes. E se desejar ter o mundo dentro de cinco segundos, eu te entrego ele por quatro, você só precisará do esforço de um. De um, apenas. Não quero o sufoco e agonia de quem acorda preocupado em ter uma jaula que prenda uma felicidade que necessite ser alimentada por migalhas e em horários determinados. Em resumo, eu não quero querer nada que não seja eu. Quando eu fechar os olhos, eu volto a ser minha. Quando eu abrir, não quero esperar ver você me dando bom dia mesmo que você esteja e isso não significa que eu não vá querer e nem que eu não vá gostar, só não quero estar esperando porque quando eu bater a porta, a gente não existe mais. Mas pelas próximas milhões ou meras unidades em que eu a abra para você chegar, nós existiremos com a força de um momento porque não somos textos para sermos delimitados por vírgulas ou pontos, nem somos apenas sentimentos que precisam ser estacionados ou sentidos. Somos, e seremos, a cada dia, um monte de pessoas em duas. De vez em quando, uma. E, na maior parte do tempo, genomas que, embora tenham uma base universal, são absolutamente singulares. Preciso ter a paz de respirar levemente e entender que a maioria das vezes em que pisarem no meu pé não será por mal, mas, sobretudo, não estarei impossibilitada de andar em cima dos meus metatarsos e não dos seus. Preciso do cálculo que você sabe armar e que eu, também, sei resolver. Estou aqui por você durante todos os segundos em que eu puder, mesmo quando não parecer. E essa dificuldade inteira é para facilitar qualquer coisa, menos a imaturidade de tentar nadar numa piscina sem água.
 

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