Semana 35

Porque eu não me importo de estar doente mentalmente se isso for bom. Ou se for mal depois. O depois nem existe, na verdade. Continuo me proibindo de usar internet móvel por achar perturbador ver gente usando celular para conversar numa roda de "amigos" que fizeram uma roda para conversar. Para mim, não faz sentido. Para você, pareço me forçar a ser a diferente que não tem celular. 
Tenho demais. 
Inclusive, voltei a usar whatsapp o dia inteiro (em casa, por ter wi-fi). Inclusive, usei o tinder. Inclusive, eu posso fazer propagandas do sucesso do aplicativo. Ou do futuro fracasso. Mas o fracasso derivaria de um sucesso. E um sucesso por si só já é sucesso. Mas desinstalei porque estava aumentando minha LER. Ou tendinite. Não sei até hoje o que tenho no pulso, mas prefiro ficar na dúvida entre LER e tendinite do que da certeza de um câncer. 
Mentira. 
Não ouse usar isso como metáfora geral para minha vida, pois adoro dar a tapa a cara para descobrir as coisas. Tenho estado tão leve que os pés não saem do chão. Como assim essa contradição? Entenda como preferir. De repente, não sei desde quando, passei a usar calças coladas. Quase abandonei o jeans, só não total abandonei porque... 
Por que mesmo? 
Meu cabelo tá enorme e tenho lavado mais que o normal porque ele tá muito ressecado e implora por mais cuidados já que descobriu que eu não vou cortá-lo enquanto ele puder ser chamado de cabelo. Revi Botânica e parei de odiar a coitada. Ela só não é algo que eu levaria para o resto da vida, mas tudo é interessante... 
Até ela. 
Revi Nox e aprendi uma fórmula fácil, porém falha. Apaguei a fórmula fácil-falha e reaprendi a anterior. Fiz as axilas com cera quente e, caramba, o resultado é sensacional, mas a dor é algo para refletir pelo resto da vida como somos capazes de chorar por alguém. Como eu me permito chorar por um ser humano e não chorar com cera? Isso não faz sentido. 
Tenho estado prestes a morrer de diabetes emocional por alguém e só sei sorrir de tudo isso. Não me importo de casar ou nunca mais voltar a ser racional ou notar que estou sendo racional o tempo inteiro, mas prefiro passar o dia sorrindo com um monte de besteiras doces a viver comendo sal. Não canso de relembrar a beleza do cabelo, da barba, da gramática e do bom senso. Não me canso de saber que nada antes foi melhor e não estou nem aí se nunca vi a parte ruim e que há chances de eu estar louca em crer na possibilidade de que talvez nem exista tal parte. Eu só estou bem e quero estar assim pelo resto da vida. Ou da noite. Isso depende de nós, mas nós somos... nós. E só.
Descobri que pessoas idiotas podem ficar mais idiotas ainda. Comprovei que tem gente que não muda e isso é algo extremamente infeliz. Aprendi que existem pessoas que, verdadeiramente, se incomodam com nossos sonhos, que pena. E descobri, de uma forma bem bonita, que eu mudei de novo. Dessa vez por optar a dar a minha melhor parte a troco de nada além de mim mesma futuramente. Dando toda nossa bondade, não será preciso voltar para consertar algo. Essa é a melhor maneira de passar pela vida. 
Ou, pelo menos, de passar por essa semana.

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