Sem precisar de título

Sem assuntos chatos e demorados. Sem ser de humanas e de centros revolucionários. Sem músicas insuportáveis que é preciso ouvir para se incluir no grupo do outro lado da calçada. Sem nada que seja chato mesmo com tudo que ainda possa ser. Ainda precisando lembrar que estou brincando e necessitando ouvir que você já sabe. Ainda não conseguindo controlar os músculos dos sorrisos só com seu meio olhar ou mesmo com sua meia presença. Ainda podendo ficar um pouco mais do meu tempo. Do tempo que é só meu. Ainda achando que posso me atrasar um pouquinho se for por sua causa. Mesmo que eu esteja me detestando por já estar digitando sobre você. Mesmo sabendo que eu não devia porque... Porque nem sei o porquê. Sabendo que eu já tive essa ideia antes e que já deu incrivelmente errado com ela. E também sem ela. Mas tanto faz porque tá tudo bem. E quando ficar mal, a gente escreve também. Não que eu queira que fique e nem que eu ache que vá. Eu não quero achar. E mesmo com tudo que talvez eu nunca venha a descobrir que seria chato, mas, principalmente, sem precisar escrever que eu já sei que você pode ir embora amanhã quando eu, na verdade, nem sei. E nem quero saber.

 

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