Entrou numa rua vazia sem perguntar a saída

Eu não posso passar o resto da tarde em sua sala esperando que alguma luz incida sobre o seu caos mental. Você acha bonita essa bagunça. Ainda acha interessante a rebeldia sem princípios. Acha energético viver por viver e se sente inteligente sendo burro porque, para você, se esforçar para entender as coisas dá muito trabalho, então, é muito mais fácil fingir que é intelectual por ser rebelde. Mas não nota que sua rebeldia é contra si. Eu não posso continuar dizendo que você tem jeito, nem deixar minha mão por mais alguns minutos esperando que você segure-a e ande. Ande para qualquer direção, mas ande. Não posso. E não posso porque o meu movimento não foi dado em função de quem esteve o tempo inteiro comigo. Não que alguém tenha estado, de fato. Então, para continuar tendo pelo menos um capilar de esperança em teus pés, estou sacudindo a poeira da minha roupa por ter passado tanto tempo em seu sofá e indo embora. De longe, vou mentalizar de verdade para que você acione alguma forma de começar a fazer o bem a si. Eu não posso passar o resto dos tempos em sua vida, mas, disso, a gente já sabia.

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