Quimera

Note minha caminhada dançante até a parede oposta. A claridade assustadora que o sol faz sob minha pele. Os nós do meu cabelo. Perceba como eu caí dentro de suas pupilas no primeiro segundo que as vi essa noite. E escute o som da minha queda, dos meus ossos quebrando. Faça mais silêncio para ouvir meu coração batendo de alívio por não ter que encarar por algumas horas tantas sombras inventadas. Deixe que o mundo escorra pelo ralo por alguns instantes e que a cena deixe de ser atuada e passe a ser real. Só por poucos momentos vamos fingir que só tem eu e você. Em seguida, sem medo ou angústia, perceba que eu nem estava aqui. Conclua com esse devaneio que essa era exatamente a única forma de eu estar: não estando.
 

Comentários

Postar um comentário