Bom senso individual: resultado social

O termo corrupção transformou-se em sinônimo de política e associar o governo a indivíduos tão alheios tem sido uma das causas. Será que a organização de nossa nação tem sido feita por uma espécie diferente de nós?
É cômodo, e parece até interessante, assumir uma postura crítica de cobrar direitos a quem tem o poder de concretizá-los, no entanto, isso torna-se cômico quando a conclusão das análises individuais dos cidadãos mostra que há negligência dos próprios interesses, quando esses podem ser realizados em particular.
A sociedade abriga várias esferas de comunidades. A mais ampla pode se representada pela integração de governo e indivíduo. A mínima, pelo autorrelacionamento. Se existe a cobrança de transparências nas esferas mais altas, não há um porquê para torná-la desnecessária nos subconjuntos sociais.
Acomodar-se à atual realidade ou maldizer qualquer posição contrária ao cenário público é preocupante porque qualquer ser humano coerente consegue notar que existe, sim, a inegável carência de mudanças. Por outro lado, criticar por criticar, em muitos casos sem nem saber o quê, é o resultado de uma receita de repetição de discursos sem reflexão das causas iniciais.
A corrupção existe, sim, mas não como algo inerente a “eles”. Quando conseguirmos nos posicionar equacionalmente no quesito de postura ética, assumirmos que posturas ativas ou passivas no cenário público contribuem em conjunto, notarmos que “eles” foram (e serão) nós, começaremos, finalmente, a ver a chegada da tão sonhada “igualdade”.


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