O que é Semiótica?

 Parte III

O signo, para ser entendido, divide-se em objetos e interpretantes. O objeto imediato é o que consta na aparência da representação do signo. É a imagem, som ou grafia representativa. Se o objeto imediato é sonoro ou escrito, ele é estabelecido por leis convencionais que permitem a interpretação de algo, já que não há, no som ou na grafia, nenhuma semelhança aparente com o referencial. Consiste na capacidade de reprodução do próprio signo e não da particularidade mental de cada um de nós.
                O interpretante dinâmico é a capacidade de reprodução mental singular já que a forma de interpretação deriva de experiências, ações, valores, princípios, pensamentos e sentimentos. Alguns signos terão interpretantes dinâmicos apenas na questão qualitativa. Ou seja, apenas terão significados e não significantes que correspondam exatamente. Algo que aparece em forma apenas de qualidade está relacionado à Primeiridade.
            Ao caracterizar uma interpretação apenas como qualitativa, falamos do sin-signo. É quando a apresentação de alguma coisa dá-se apenas com a qualidade, como o primeiro momento de uma folha em branco no Word: no primeiro instante o branco é branco, mas não o branco (com artigo), é só a caracterização do ser sem definição, é o breve instante de Primeiridade ao ver a página vazia. Como, portanto, qualidades em si não tem a capacidade de representação, quando o signo assim se apresenta, ele é um ícone, pois se só há apresentação e não representação, não pode ser um signo, portanto, é um quase-signo.
            A existência de uma relação com um objeto caracteriza um índice, ou seja, qualquer coisa pode ser considerada um índice. Por exemplo, placas indicam direções, semáforos indicam posições, créditos indicam términos em filmes e lágrimas indicam emoções. Porém, índices só podem funcionar como signos quando alguma mente interpretante localiza a conexão.
            Símbolos são signos que possuem capacidade de representação geral. Tanto o símbolo quanto o referencial são gerais, por exemplo: A palavra “cachorro” é um símbolo, e o animal em si é o referente, entretanto, ao falarmos cachorro, estamos nos referindo aos animais dessa raça e não a algum em específico (exceto se usarmos o artigo definido).
            O ícone, então, está no nível da Primeiridade, servindo de primeira experiência com alguma coisa, na sequência, temos o índice com o processo de interpretação dinâmica e depois o símbolo que é a representação diretamente ligada ao objeto.

            Os conceitos definem as estruturas de interpretações que podemos ter, entretanto, é necessário a nossa reflexão e análise para que as interpretações sejam concluídas por inteiro, pois os signos, apenas sendo signos e isolados de nossas interpretações, nada podem dizer.


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