O que é Semiótica?


Parte II

O signo é constituído de duas partes: significante (grafia/som) e significado (conceito). Toda cultura, para assim ser definida, necessita de algum tipo de comunicação. Essa, por sua vez, só existe por meio de uma linguagem que abrange um conjunto de significantes. Um conjunto de significantes pertence a uma determinada cultura. E assim é composto o ciclo que representa a relação entre signo e cultura.
Em nossa cultura ocidental, sul-americana, brasileira podemos observar que, diariamente, somos bombardeados com informações, interpretações e alguns signos que, sequer, compreendemos. Essa incompreensão de alguns signos, algumas vezes, são só em primeira instância. É a sensação ao nos depararmos com um ser e encará-lo apenas como ele sendo o que é, sendo ser, sem interpretar. 
Esse instante é o agora que não pode ser medido, pois ao terminar de escrever o último "a" do "agora", o instante do primeiro "a" já passou, e mesmo que tentemos analisar só o instante do primeiro também não seria possível por não termos a capacidade de estacionar o presente. A sensação sem interpretação, portanto, não pode ser totalmente descrita porque não pode ser analisada. É a Primeiridade.
Todo fenômeno, e considerando fenômeno qualquer coisa que seja passível a ser pensada, passa por três etapas: Primeiridade, Secundidade e Terceiridade. Não é fácil a separação em três já que tudo que nos é apresentado sempre vem carregado de outras ligações, de precedentes aplicados por nós, mesmo sem "intenção".
A primeira, tentada ser explicada mais acima é a que possui o caráter da não-classificação, é o apenas sentir sem saber, sem descrever. É a pura essência do ser.
Ao desviarmos de um objeto lançado em nossa direção, fazemos isso involuntariamente, não temos a total consciência imediata, mas sabemos meio que sem saber, que aquilo deveria ser feito. São os reflexos. Respostas imediatas sem reflexões. Chamamos de reação. Chamamos de Secundidade.
Quando podemos, finalmente, responder conscientemente, juntar a sensação à experiência, torná-la real e interpretar, obtemos a Terceiridade. A mediação entre os dois primeiros. A classificação do signo que nos é passado. A resposta como sendo resposta.
Em frente a qualquer fenômeno, a mente recorre a um signo que só pode ser interpretado quando ligado a outros signos. São ligações incalculáveis e, em sua maioria, de tempos tão pequenos que nem nos damos conta de que a linguagem de nossa cultura se ramifica cada vez mais em nós e além.



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