Acesso negado, a gente não existe.

Faz um ano que enviei mensagens anônimas para você por ter te achado uma das coisas mais interessantes de observar. Caminhando e se expressando corporalmente como alguém não muito saudável mentalmente. E como minha amiga diz, eu tenho uma "chama" para doidos. E resolvi chamar você, e como eu não sabia chamar, já que nunca tinha chamado ninguém, comecei anonimamente porque eu não podia gritar pelos corredores da faculdade que eu achava que tinha encontrado o pai dos meus filhos. 
Em exatos cinco dias faz um ano que eu pude sentir como seus lábios eram ressecados. Talvez sejam ainda.
Você, de todos os caras do meu mundo, incluindo meu próprio pai, é o que melhor domina a gramática da nossa língua. E saiba que meu pai tem mestrado. Não que isso signifique alguma coisa. E não que não signifique. E era isso que eu queria quando alguém me perguntava antigamente, muito antigamente, o que eu queria em um cara. 
"Que ele saiba escrever corretamente", era tudo. 
Por isso eu adorava procurar seus erros gramaticais. Eu não precisava procurar nos outros, eles apareciam sem que eu fosse atrás.
Eu sentei aqui agora para tentar me medicar um pouco porque isso ainda serve, mesmo que o efeito tenha diminuído e que talvez eu não saiba vomitar doses maiores de letras.
Lembro que quando gostei de alguém uma vez, eu estaria com aquela pessoa a qualquer custo. O que eu sentia não dependia nem meio pouco do que me era dado. E agora, de novo. Finalmente. Graças a Deus. Achei que eu fosse morrer sem morrer de novo por alguém. E imagino o mesmo para você. Infelizmente, eu sempre vou basear todas as pessoas em mim já que tudo que conheço (ou que posso conhecer) é minha própria cabeça. Se você gostasse de mim, você estaria aqui porque isso seria maior que qualquer medo. Todo real querer é maior que qualquer medo.
Não quero morrer de novo. Nem quero ser mãe.


Comentários

  1. Ela tem o dom da escrita.
    "Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo. - Fernando Pessoa"

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