Trauma um

Não sabia que Tati Bernardi escrevi pra (pro?) Folha. Fiquei tão surpresa quanto quando descobri que Gregorio também escrevia. E tão quanto, também, quando descobri que ela ainda não tinha morrido. "Como alguém pode escrever tão bem e ainda estar vivo?" acho que muita gente pensa como eu pensei um dia.
Não sabia que Tati Bernardi sabia a angústia de encarar uma comida por lembrar de alguém. Como é ridículo não conseguir encarar (comer) uma simples (imensamente simples, meu Deus) esfiha de calabresa. Eu sempre tive dificuldade de escrever a palavra esfiha por achar esquisita e de aparência totalmente errada, porém menos errada que eu por me deixar levar a um momento que já sumiu mais que a fumaça do primeiro cigarro acendido no planeta. 
Será que as fumaças somem mesmo? 
Será que eu sou doida mesmo por não conseguir engolir mais esse tipo de salgado? 
Será que a (o?) Folha iria contratar alguém com o mesmo distúrbio que o meu? 
Será que você tem a mesma probabilidade que a fumaça tem de rearranjar seus átomos e voltar a ser fumaça outra vez para desintegrar-se mais uma vez? Muito trabalho para pouca utilidade. 
Pelo menos eu descobri que é normal parar de comer certas coisas, pois até colunista de jornal grande faz isso.




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