Ser justo dói.
Depois de muito tempo realizando caprichos e usando anestesia, levar um choque de disciplina é imensamente doloroso. É complicado definir a linha exata de justiça a qual tento achar que existe porque se o planeta Terra não for só meu (e você vai dizer que não é), o bem que tento fazer para mim tem um significado que eu mesma atribuí, então não tem como saber se é realmente algo bom.
Era muito mais fácil ser injusta, reclamar no fim do dia do quão mais eu poderia ter feito, ver o quanto as pessoas gostavam de sentar ao meu lado, notar o gigantesco sentimento nos olhos de x ou y e me sentir a rainha dos corações alheios. Era tão mais fácil não precisar ser minha própria segurança, poder observar meus sentimentos tão intensos se desfazendo em pouco segundos e escorrendo como água que lava. A simplicidade de ser tão rápida em tudo que eu vivia era muito mais confortável. Achar que eu era imune ao amor, ao ódio ou a qualquer coisa entre esses dois me deixava numa armadura e me fazia pensar que eu podia ir adiante daquele jeito por tempo indeterminado.
A parte ruim é que eu não tinha coragem o suficiente para optar por mim.
Optar apenas por mim significava deixar cada sensação passada no passado.
Engraçado que enquanto eu escrevo tudo isso, consigo concluir que existia a chance de tudo ficar, também, para trás sem eu nem ter optado.
O que faz do agora bom. O que torna o agora menos ruim.
Sinto falta de mim.
Hoje tem tanto de mim para mim mesma que algumas partes simplesmente caem no lixo e é exatamente aqui que entra a saudade, antigamente tudo de mim era aproveitado por mim e pelo mundo. Mesmo que rápido e mesmo que eu ferisse alguém ou quebrasse alguma coisa de vez em quando.
Eu sinto uma enorme falta de deitar todas as noites querendo estar onde estou agora.
Comentários
Postar um comentário