Volto pra te buscar

Uma vez, não lembro quando, ouvi que "quem muito se ausenta, uma hora deixa de fazer falta" e isso me assustava a cada vez que eu precisava fazer alguma viagem.
Interna ou externa.
Para o mato ou para o espaço.
E por mais que a gente diga que não se importa com o nosso efeito nos outros, como diz um amigo: a gente se importa, sim. O que muda na importância é o grau.
Uns se importarão demais,
outros com sanidade.
Então, eu me importei, sim, até enxergar o quanto eu sinto falta de uma porção de ausências e do quanto nenhuma delas me faz ou fez mudar o afeto ou seja lá qual for o bom sentimento que irradio. Não existe, por exemplo, fins de amizade por questão de tempo. Passarão anos, mas quando eu sentar com algum amigo de verdade em qualquer lugar que permita a visão do tempo passando, a intimidade será reativada e a boa sensação também.
Não acaba porque o que é de verdade não transforma-se em mentira.
Só existe uma opção para que algo assim deixe de existir:
este algo nunca existiu antes.
Pois bem, agora que sinto-me aliviada em não ter medo de perder uma parte do meu próprio mundo, consigo ver, infelizmente, que talvez não exista o destino, talvez não exista o "se for para ser, será", há um leque de lances que poderiam existir e talvez não irão, há coisas que talvez eu espere até o último segundo da vida e que pode não acontecer.
É bem árduo pensar sob este ângulo, por isso é mais fácil engraxar as botas e ir atrás do que não passa, do que te faz acordar e do que o tempo não cura.
Péssima notícia: o tempo não cura tudo.
Algumas coisas irão se transformar em navalhas nas suas meninges e só há uma forma de ajeitar:
ir.






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