Ninguém me explicou na escola

Uma injustiça que pratico contra mim mesma é a radicalização das ausências. Não sei diminuir meus vícios (hábitos, pessoas, objetos, ideias, qualquer coisa) gradativamente, só arranco de uma vez como um esparadrapo  em cima de um ferimento aberto. De uma vez. Óbvio que aqui você questiona o motivo de eu colocar um esparadrapo em cima de lesões escancaradas e eu só sei dizer que: não faço a menor ideia. Só posso ter lapsos mentais. Ou colapsos mesmo. Quando, então, os arranco, parece que arranquei um membro também. Aí a dor vai diminuindo até que, do nada, eu coloco de novo e arranco de novo antes da cicatrização. Esporte doentio sem duração de tempo pré-determinada. Sei dizer que para qualquer viciado, a diminuição gradativa das doses até sua ausência completa tem muitas chances de sucesso. "Eu sei a hora do mundo inteiro, mas não sei quando parar". Nem eu, Paula, nem eu.




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