Não é sobre saudade

Quando eu te vi hoje, mentalizei um texto enorme, agora, sentada, só consegui fazer alguns cálculos porque o texto fugiu. Há 604 dias você entrou na minha vida. Há 353, você saiu. Primeiro que eu não sinto sua falta. Não vejo seu olhar pelas esquinas. Mas eu não me daria ao trabalho de enumerar inutilidades. Embora eu ainda não consiga enxergar o que você me acrescentou por me sentir até hoje tão grandiosa perto de alguém tão pequeno (você, sim), eu entendi outra coisa: não entendemos tudo. Você foi tão estúpido em me fazer te ver da pior maneira que eu chego a lamentar mais por você que por mim. É claro, como eu disse, até hoje eu me vejo tendo sido demais para você. Mas por um erro seu, uma coisa tão fatal que me fez ter a certeza instantaneamente de que eu ia te deixar naquele local. Bem naquele local. E de coisas instantâneas que chegam e vão, a vidá está cheia, mas das que permanecem, vazia e meia. Só que eu entendi que talvez eu ainda não consiga ver direito porque 353 dias de distância ainda não são suficientes para eu enxergar exatamente o que aconteceu. Talvez um dia, na distância certa, eu entenda perfeitamente e saiba em que parte eu cresci e te diga, finalmente, um "muito obrigada". Enquanto isso não acontece, posso te dizer que pelo menos eu já consigo sorrir de verdade para você e tomar algum café, mesmo que eu derrame um pouco na tua cara, mas vai ser sem querer. Daqui a 11 dias você pode se parabenizar por ter feito uma besteira grande, mas eu já consigo te abraçar, sem remorso nenhum, mesmo que não pareça. 



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