Uma
grande, se não a maior, questão especulativa sobre a Copa do Mundo no Brasil
este ano é a sua relação com o desenvolvimento do país. O investimento inquieta
uma boa parte da população que aponta as falhas na organização social (transporte,
saúde e segurança, entre outros).
Na
conclusão de que a Copa não deveria acontecer porque suas verbas deveriam ser
aplicadas onde são mais “necessárias” infere-se o erro de estudo de efeitos sem
análise de causas. Dinheiro público é (ou deveria ser) destinado ao que se
propõe e não utilizado como “garantia” para algum evento.
Tentar
enxergar, porém, desta forma gera uma imagem de “ingenuidade”, como se
estivéssemos olhando para os acontecimentos e fingindo não saber interpretar,
mas a tentativa de expor o quadro mais racional é feita em cima de como o
investimento público deveria ser dado e não como, infelizmente, ele é. Sabemos
e reconhecemos o grande número de desvios em nossa política, mas não podemos
enquadrar isso como a normalidade, assim, voltando a ver como as coisas
deveriam funcionar, conseguimos diferenciar os âmbitos de Copa do Mundo e
problemas sociais.
O
acontecimento de um não anula (ou não deveria) o bom funcionamento do outro. O
ajuste no quadro de desenvolvimento humano e econômico deve existir
independendo de qualquer evento. O que a Copa poderá nos render depende, em
primeira instância, da organização a qual o país já se encontra, ou seja,
continuaremos, provavelmente, sendo o que já somos.
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