Yooou

doing that thing you do.

Nos tempos em que somos tão cheio de nós mesmos e apostamos na força de nossas pernas para nos sustentar pelos caminhos que escolhemos, achamos incrivelmente fácil ignorar os conselhos alheios e temos uma vontade imensa de abrir a mata fechada com as próprias mãos, tudo pelo prazer de ganhar experiência.
Eu lembro perfeitamente de que, quando tudo deu errado, mil vozes caíam ao meu lado, dia após dias, repetindo as palavras que eu sempre ignorava: "eu te avisei" e seus derivados. 
Poucas coisas são piores do que o aviso dado e ignorado, mas a gente esquece de que também nos avisamos, em alguma hora do percurso, que existia essa chance horrível de estarmos indo pelo caminho errado e isso sim é pior: ignorarmos nossos próprios lembretes.
Não vou mentir, com toda a sinceridade: eu nem imaginava que eu estava caminhando, portanto, eu não podia prever chegar a essa rua tão chata, sem saída e sem sinal de emergência. Sei que você sabe o quanto eu queria que você segurasse minha mão e me tirasse daqui, mas espero também ter deixado claro que, por mais raro que isso seja, eu prefiro ficar mal e te ver ir embora para que você fique feliz, bem e equilibrado. Esses terremotos na minha vida provavelmente nunca acabarão e, no fundo, eu não desejo isso nem pra mim, imagine pra você. 
Mas eu sei que o universo gosta de mim e que se meus filhos (caso existam) tiverem que ter seu nome, a gente ainda vai se ver e estaremos, finalmente, ambos em equilíbrio. Mas se não for, se a gente foi só mais uma besteira entre tantas mil, a gente fica ali pelo ontem mesmo e o tchau fica definitivo ali mesmo. Bem ali. Confio no universo e em mim também. E eu espero que você aceite meu perdão e agradecimento que, poucas vezes na vida, foram tão sinceros. 


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