Tão em breve você também leva embora o sentido...

Acho que mesmo para quem consegue ver isso de longe é fácil saber que esse momento não é o pior que pintaram ao meu redor, mas isso não quer dizer que para mim, que sou a única figurante desse quadro, seja bom. 
Nem no lugar mais escondido da minha cabeça esse momento é bom, 
mas não é o pior. 
Não é por não ser um extremo que isso me acalma. Com sinceridade,  eu ainda não estou calma. Expiro devagar a cada passo só para não gritar de verdade já que dentro de mim tem um barulho que não para. Bombas estranhas e um monte de coisas desconhecidas que ainda nem sentei para descobrir a derivação delas brincam e brigam. Expirar ainda é ruim por ter que ser junto de um controle meticuloso para que eu não desconte em ninguém, muito menos em mim mesma, mas inspirar vem trazendo, mesmo que aos poucos, a breve visão, ainda embaçada, de um silêncio agressor, mas que irá impor moral e me deixar dormir como eu realmente sou: totalmente calada e sem entender e nem querer porque as pessoas ainda perdem tempo umas com as outras nessa eterna guerra de quem machuca e de quem é machucado. 
Primeiro passo é aceitar sentir, o segundo é querer sair.
Não vejo a hora de ser novamente submissa a esse silêncio que por mais doentio que seja, por mais isolador e todos os mais é a maior defesa já inventada. E por mim, agora mais que nunca, completamente abençoada.
Mas, por enquanto, tudo é bagunça, barulho e perturbação. Por enquanto.


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