O trecho da música que sempre me lembrou você e nunca fez sentido agora faz. Sempre moramos na mesma rua mesmo com tantas idas e vindas. Agora estamos numa das "idas" e, no fundo, eu não queria uma "volta", mas sentir saudade de você é horrível. Não ter alguém pra sentar perto e falar dos estranhos que andam na rua faz falta. Eu nunca consegui escrever coisas decentes pra você e ainda não sei por quê. Eu precisava de você agora, mais uma vez. Parece que minha infância foi coletada e jogada fora e você era tudo que me restava por ser minha irmã, minha mãe, minha filha, minha melhor amiga que me fazia comer, que me fazia chorar, que me ensinou a não mentir e também a mentir, que me salvou tantas vezes e que me fez ser salvação outras tantas. Você deveria saber que de tudo que eu tinha só me restava você, não devendo, portanto, ter ido embora. Não devendo, então, me deixar assim por mais de três meses porque esse foi nosso recorde e eu não queria ter quebrado ele, nunca fiz questão. De qualquer forma, você continua em mim como uma das melhores partes da minha bondade que não é muita, mas que é forte graças, em muita porcentagem, a você. Ainda bem que você esteve aqui por tanto tempo e que mesmo que talvez nunca mais esteja já me ensinou a andar com as próprias pernas e a viver apesar de tudo, a pesar o que vale a pena, a não enxergar não substituições pela vida, pena que não me ensinou a não ver a tua. Provavelmente você é a única pessoa no mundo inteiro que eu nunca vou conseguir substituir por um minuto sequer, por uma agressão verbal sequer, por todas as notas chatices, por todas as nossas arrogâncias, nossos orgulhos e, acima de tudo, por toda a nossa amizade que sempre foi a melhor do mundo... Por nenhum milésimo de segundo. Eu sinto tua falta todos as porras dos dias desde que você foi embora.
"Menina linda, eu quero morar na sua rua, você deixou saudade."
Comentários
Postar um comentário