Não há "tchau" para quem nunca chegou

Cada vez que tento me responder que você não faz falta alguma, eu me pego rezando no escuro para que tudo dê certo. Para mim, para todo mundo, inclusive para você. Notei que a paz puxou minha mão e eu só dei essa rápida saída de agora para vir aqui, espero que ela ainda esteja lá na porta me esperando. Avisa a ela que é rápido, que já estou acabando. Como você se sente? Não espero que mal. Nem espero que sinta, mas não entendo. Nem quero. Detesto te dizer que as chances de que eu acredite em tudo o que eu digo são enormes, daqui a pouco só restarão lembranças de um passado bem distante, exatamente as que eu tinha aos nove anos e lembrava de um pouco antes dos três. Isso mesmo. Quase nada. Lembranças apagadas e cada vez mais sumindo. Eu era uma criança, coitada. Coitado, estou deixando de ser. Se pararmos para analisar, concluiremos que você nunca esteve, e tudo só tende a ficar bem, porque se adequar a rotina é isso, quando você percebe, entrou. E você, saiu. Não que tenha participado algum dia. 


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