(In)suficiência

A insuficiência é apresentada como a incapacidade de negar prazeres. Prazeres idealizados de forma a vesti-los do que não os caracteriza naturalmente. A naturalidade de qualquer coisa dá-se, em primeira instância, por o que ela (a coisa) é nua e crua, qualquer adjunto desvia a sua essência. Alguns ousarão dizer que é estilo, eu continuarei a chamar de desvio, proveniente, em sua maioria, do medo. Caracterização do seu próprio eu por medo que resulta, por simples consequência, em invenções de prazeres. Esses, em última análise, sequer existem. A suficiência dá-se, portanto, em negar prazeres e não sentir-se mal, pois, quando a conclusão de que a maioria das nossas loucuras foram puras invenções de nós mesmos não existe mal algum em recusar o que é apenas carência, o que é apenas invenção, simples acessórios que de nada servem e nunca irão.


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