Talvez você queira, talvez você precise

e talvez você fuja.

Eu queria escrever sobre vontades, sobre não saber lidar com elas, mas ficou uma porcaria e eu apaguei tudo.
Apenas não sei lidar.
Algumas eu dou play em três segundos, outras espero uma semana pra saber se é vontade mesmo ou apenas mimo. Outras, adio para sempre. Tanto que já devo ter esquecido de várias pelo caminho.
Não sei lidar, não encontrei nenhum manual.
Pena.
Por não saber lidar, não vou saber elaborar um monte de palavras sobre. 
Todas as vezes em que eu não tive que arrancar nada de dentro de mim e externalizar na forma de palavras foram vezes em que eu estava bem. Ou em silêncio (vulgo morta por um tempo).
Agora não. É tanta agonia, tanto barulho que nem sei mais converter nada. Aí você pensa "mas que demência, se não soubesse, não estaria chegando no meio de um texto". 
Verdade. 
Em parte.
Quando eu disse que ia ser tudo difícil, eu só previ dificuldade, não consegui visualizar nenhum tipo de falta de sentido. Não é que eu não saiba mais o que eu estou fazendo. Talvez eu saiba. E eu ia até culpar a espera agora, mas eu nem posso. Posso? Que espera? Quem foi que disse que eu podia esperar alguma coisa cair do céu? Por que é que a gente tem que descansar por uma semana ou duas? O que é? A mente surtando do mesmo jeito não me passa descanso nenhum. Acho que depois de não saber mais quem eu sou e aceitar isso parei de saber o resto das coisas também. Tudo. 
Tudo mesmo. 
Não vejo sentido em coisa nenhuma, em vida nenhuma. A única coisa que eu sei é o que eu julgo ser a única coisa que importa. E se isso estiver totalmente errado...
então...
mais nada. 
Se eu encontrar, de alguma forma, algo que me prove que tudo que eu sei (tão pouco (já que é só uma coisa)) está errado então vai ser uma queda monstruosa no nada. 
Cair no nada. 
Não no escuro, não coloca essa cena na cabeça porque cair no escuro é uma coisa, no nada é outra.
Consegue visualizar? Nem eu.


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