Quando o silêncio invade minha mente e me leva embora


Que eu jamais esqueça que eu venci uma corrida há tanto tempo. Que eu esqueça menos ainda que eu concorria com o que jamais vou concorrer nos dias de hoje. Que nunca se apague da minha cabeça o que foi me dito por um professor, dentro de uma piscina, quando eu tinha dez anos e estava aprendendo a nadar, no entanto, com medo. "Se você deixar seu medo te impedir de ir, você nunca vai conseguir chegar do outro lado." Que eu não esqueça por nenhum segundo de quem eu sou, do que eu esteja fazendo aqui e do que eu quero. E mesmo que eu não saiba, mesmo que eu não tenha a certeza, mesmo assim, eu espero encontrar as forças necessárias dentro de mim para levantar cada vez que eu cair. Para me guiar para o caminho certo. Para atingir qualquer ponto de felicidade inventada, mas que é melhor que a cadeira das lamentações. Que eu não bata a cabeça. Que eu não perca a cabeça. Que eu nunca precise passar por cima de ninguém. Que eu ajude a quem eu puder. Que eu nunca faça o mal por prazer. Que eu continue andando em linha reta e que eu sempre tenha uma janela para fugir de tudo no caso de explosão. Que eu enfrente os muros. Que eu saiba cuidar das minha feridas. Que eu não esqueça que todas as pessoas são passageiras, inclusive os meus pais e mais inclusa ainda sou eu. Que eu não esqueça dessa efemeridade da vida. Nunca precise dificultar meus atos em prol de receber algum elogio. Que nenhum deles me suba a cabeça. Que nenhuma crítica me atire de um precipício. Que eu encontre o equilíbrio exato bem em cima das minhas pernas. Que eu morra cem vezes, mas que eu levante, prestes a bater de novo. Que eu nunca, por nenhuma hipótese, esqueça de mim mesma e me abandone. 

"Por favor, dê-me força para fazer o bem. Para não ser arrogante. E para não ser fraca. Amém." (The East, 2013)



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