Ignorando a Saturação

Enquanto alguns correm pelos trilhos com o verão nos olhos, outros permanecem na estação com o inverno nas mãos.
Enquanto alguns sentem a necessidade de dizer que o amor é aquilo que corrói, outros se contentam em não precisar saber o que ele é. Sendo ele o que quer que seja, para os últimos citados, a importância está no sentir momentâneo.
Enquanto alguns admiram os que passam, outros se levantam, quebram o banco e fazem promessas de nunca mais sentar. A vida é muito curta para ficar sentado o tempo inteiro.
Enquanto tem gente que continua sentado desde o momento em que foi parido, outros correm da vida como se ela fosse um bicho, prestes a lhe comer, prestes a acabar. E nessa corrida existem caminhos que se cruzam, pés que nos derrubam, olhares rápidos que nos mostram outros mundos. De vez em quando, quando as velocidades ficam constantes, a gente consegue correr segurando na mão de alguém, mas, por favor, uma hora alguém cansa e precisa ir mais devagar.
Só não sentemos. Não morramos sentados!
Eu sei, não sei fazer poesia, mas quem segue métrica, se prende. 
Eu sei, também, que quem afirma nunca se prender, se prende a uma ideia (a de não se prender (e, não, isso não é um trava-língua)), ou seja, continua preso, mas eu não quero estar em nenhum por obrigação: às vezes eu me prendo e de vez em quando prendo alguém, pronto.


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