Subfrequência

A tendência, provinda do meio que estamos, que é essa massa jovem e cheia de gás, nos impulsiona a sempre tentar, a sempre arriscar, a não ter medo, a encarar. É uma força tão alheia a nós mesmos que, paradoxalmente, parece ser individual a cada um. O resultado da força de todos é sentido por cada um em sua particularidade e, ao mesmo tempo, ela não é de um (e nem de todos).
Essa força impossibilita uma outra causa: o pé no chão.
Deveríamos encarar todos os nossos medos por que motivos?
É quase certo que medo sempre vai se referir ao desconhecido. E conhecimento nunca é pouco. No entanto, algumas coisas podem, sim, ficar como estão. Isso abala toda a ideologia de vocês e, a probabilidade de eu me arrepender disso amanhã é enorme.
Mas todas as probabilidades são gigantes se analisadas corretamente.
Porque todo mundo esquece que, no fim das contas, nenhuma chega, sequer, ao número 1.
Eu poderia, sim, criar um filme para nós.
Eu poderia, sim, ser alguém extraordinária.
Eu poderia, com toda certeza, ser rara para você. E você, para mim.
Eu poderia conhecer meus demônios, te apresentá-los e deixar que você nos protegesse.
Mas eu não quero.
Eu sei o que eu quero. E sei o que posso. Hoje, depois de muito tempo negando isso, eu afirmo morrendo de dor: existe uma linha que separa essas duas coisas.


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