Nunca imaginei sair de casa, do nada, tarde da noite, para ir de encontro ao que nada tem a ver comigo. Nós não temos nada a ver, frisemos. Sabe quando eu desejei que a cada sinal vermelho eu ganhasse um beijo? Não era contigo, mas com outros não seria melhor. Dirigir com uma mão para a outra ser minha, quem mais? Nunca imaginei que alguém que reclamasse da minha barriga (ninguém nunca reclamou) e das minhas unhas fosse, ao invés de me irritar, me fazer sorrir e me fazer gostar da briga. Nunca, mas por nenhum segundo dessa vida, eu imaginei estar sentada ao lado de alguém como você, meu bem. Bem não, nada de bondade tu tens. Esperar a minha demora por um ano e meio não foi fácil, mas foi o que me preparou para não me assustar com seu nada introspectivo jeito de me receber ao abrir a porta. Não sei em que mundo alguém me esperaria desse tanto. Não sei, mas hoje eu estou pronta para a suportar a cabeça necessária para compreender você. Eu sei, você não quer nada. Mas eu nunca disse que eu queria. Quando eu durmo, não é contigo que eu sonho.
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