Só me salvo com a arma na mão

Em outra hora igual a essa, mas de outro dia, a preocupação seria outra. Estaciono na elaboração de uma motivação para obter algo que talvez eu nunca irei. Esse talvez nunca se concretizará, infelizmente, por vícios pessoais. Algo tão medíocre e fácil de passar por cima, e eu, simplesmente, não passo. Busco outra justificativa para a não-vitória, falo que não vou vencer por minha vaidade, transformo em uma verdade o fato de minha vontade não dar-se por querer e sim por vaidade. Esse é o único motivo, atual, pelo qual eu não gosto de mim mesma. E por mais que eu tente, eu prefiro ficar sentada, por mais que isso arranhe meu ego, arranhe minha sensibilidade, me arranhe por inteira... Eu fico sentada. Sabendo que todo esse tempo gasto com racionalização banal e barata poderia ser tão útil. Mas existe outra coisa: eu poderia dar cem e ainda assim, receber zero. Mas parece que eu nunca vou saber como seria chegar ao cem, se ao chegar no setenta e cinco eu dou-me por satisfeita. Um nojo de humanismo.