Ainda estou com sede

Quando nosso diálogo foi interrompido pela quarta vez na mesma noite por qualquer um que estava com a gente, eu desisti de tentar expor o quão singular você era (é). Decidi que, em casa, eu iria redigir razões incríveis e convincentes que te levariam a crer o quão tu não era (não é) inconsequente. Quase aposto na minha vitória para com a sua concordância porque a minha maneira mais eficaz de seduzir ainda é por palavras - ao meu ver, pelo menos. No simples fato de tu assumir teus erros, apontar exatamente o início de cada um e querer mudar de cidade justamente para ser alguém melhor, isso tira o fardo do seu "ser inconsequente". Pode até ser, como tu tanto insistes, que tu não meça seus atos antes de fazê-los, mas quem, ensopado de emoções, o faz? Seríamos todos, então, inconsequentes? E você está a toda hora amontoado de sentimentos... Sabes, ou deveria, exatamente do que falo... Eu queria tanto poder te dizer o quão é bom estar ao seu lado, o quanto tua energia traz benefícios... É tão difícil encontrar alguém que fique em silêncio do nosso lado e permita um prazer que provenha disso... Você é tão raro, porra! Eu realmente vou sentir sua falta, como senti nesses mil dias sem te ver... Ou mais. Provavelmente, mais. E eu deveria te dizer tudo isso, mas não vou não... Acho que é melhor você não hesitar mais ainda antes de ir embora... Num risco pintado de egoísmo eu posso te dizer que eu não irei lidar com suas possíveis inconsequências futuras no caso de você ficar em alguma parte, em alguma mínima porcentagem, por causa de mim, de minhas tortas palavras. Eu não vou te dizer nada disso, como nunca digo a ninguém. De qualquer forma, vou te mandar todos os pensamentos e desejos positivos pelo ar... Se isso não fizer bem, mal não fará.



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