These miles have torn us worlds apart

Repentinamente a necessidade diária transformou-se em uma falta tão grande que a feriu exteriormente. Não lhe restara opções a não ser voltar atrás. Digamos que no tempo ninguém volta, e, segundo todos os livros, voltar é um termo tecnicamente errado. De qualquer forma, ela foi até onde suas células, das nervosas às musculares motoras, a levaram. Falou tudo que devia, melhor, tudo que tinha em si. Suas palavras saiam como sai o sangue de alguém que morre por uma causa. Jamais esquecera da probabilidade de que aquilo podia ser nada mais que mais um suicídio dela mesma. Mas foi, porque não tinha como não ir. E ao saber da existência, ao interpretar que ainda era real, se não para o outro lado, pelo menos, para seu lado interior, se elevou em níveis tão raros que todo o seu corpo dançava e sorria de tanto bem-estar. Ficara bem. Feriria ao terceiro, provavelmente. Mas o mundo era egoísta, consequentemente, ela. Não podia viver pelo terceiro, quarto... Jamais por um mundo que nunca vivia por ela. Continuou dançando, observando de vez em quando se a música ia parar.