Estamos vivos, sem motivos. Que motivos temos pra estar?

No traçar de uma existência, no acaso, num folheto, numa aula, num sonho, num pesadelo, numa reflexão, numa subestimação - é isso que passamos uma grande parte do tempo fazendo: subestimando. Algum dia discuti isso com alguém. Esse alguém, se não morreu, se perdeu, pelo menos de mim. Subestimamos capacidades, e, às vezes, machucamos a nós mesmos por deixar que os outros nos machuquem (exatamente por não ter acreditado que eles eram capazes disso). Estereotipamos as pessoas no meio da rua pela roupa que estão vestindo. Nos sentimos subindo um degrau (no mínimo) quando passamos seis horas de um único dia lendo coisas que não nos servirão para nada, talvez só para uma única prova em toda a vida, talvez para ter assunto numa mesa de qualquer bar de esquina, e  com a maior probabilidade de não servir, absolutamente, para nada mesmo. Continuamos achando que estamos melhorando, não em cima que éramos antes, mas nos tornando melhor que a maioria. É assim mesmo que é feito o cálculo da "melhora": da forma errada. - Pois bem, pode ser em qualquer pedaço do que chamamos de vida que decidiremos para onde direcionaremos nosso destino, jogamos um objetivo a uma distância x e começamos a correr até atingi-lo, e é nesse percurso que acontece o que chamamos de vida. Se ao atingi-lo, não encontrarmos o final de tudo, inventaremos outra coisa qualquer. Afinal, não nascemos com motivo nenhum para viver, alguma hora, precisamos inventar um.