Céu azul sem nuvens


Fotofobia foi o início, desencadeando uma série de consequências, entre elas, o fim da vontade de acordar. Fosse pela claridade, fosse a obrigação de viver, fosse o dever de encarar algumas tentativas cansativas, fosse a falta de fé em si: quem saberia? Depois veio o esquecimento com um acúmulo insensato de alegria. Caiu no tédio. Depois levantou. Aí caiu num poço de mel e ficou com preguiça de levantar, embora soubesse que quanto mais ali demorasse, mais ficaria grudada. Começou a inspirar monotonia, na verdade, essa palavra não é a melhor definição, o que começou a acontecer, foi uma invasão atormentadora de sensações emotivas. Mas como ir em direção a saída? Na saída tinha luz. Explodir a visão ou a vida: era a questão. Precisava de um espelho para voltar a viver com os pés firmes no chão. Uma grande quantidade de estupidez e um pequeno corpo humano: era tudo que ela conseguia ser.