Suponha que durante
toda a sua existência, até então, você nunca tenha questionado as verdades
impostas no mundo, tenha tomado-as sempre como absolutas e inquestionáveis,
falando assim, apresenta-se uma ideia de uma mente inferior demais, mas tome
como essas verdades algo realmente mais absoluto, como, por exemplo, as leis
universais adotadas pelas ciências, dogmas e fatos que acontecem diariamente
como: o sol nascer todas as manhãs.
Questione a certeza
do sol nascer amanhã. Ele nasceu todas as manhãs, inclusive nessa, mas há uma
probabilidade disso não acontecer amanhã? Sim, ela existe, seja mínima como
for, esteja você pronto para aceitar isso ou não.
Ao passar a questionar
fatos ao invés de ficar afirmando-os
repitidamente, começam então os primeiros passos para a saída da
"caverna". Essa saída é interpretada por muitos como o ponto em que
se depara com a tão esperada realidade, o ponto em que se descobre a verdade,
mas é necessário saber que, até então, não há nada que prove o que é realmente
verdadeiro.
Como saber se
qualquer coisa em volta é verdadeira? Com que garantia esse saber se apresenta
se eu não posso pensar além da minha mente? Provavelmente, com nenhuma.
De uma maneira mais
clara, sair da caverna, é parar de absorver todos os conceitos como afirmações
e passar a inquirir. Por exemplo, ao invés de perguntar "Que horas
são?", procurar saber o que são as horas, o que é o tempo, ao invés de
afirmar que gosta mais de uma pessoa que de outra, procurar saber o que é mais,
o que é menos, o que é o gostar, quem assim os definiu e por que voce toma como
sentimentos seus, algo determinado por alguém que você sequer sabe quem.
Entrar em diálogo
com sua mente e debater sobre o que te cerca, é o primeiro passo para sair do
padrão que te "acorrenta" e te deixa ver apenas o que está à sua
frente. Esperar se deparar com a realidade nessa "saída da caverna" é
algo que não se deve esperar, mas também não pode ser tomado como algo que não
acontecerá, pois, há também a possibilidade de você encontrar verdades e
verdades nesse novo caminho, mas que certeza você terá de que essas verdades
não são, novamente, apenas "sombras"?
Não se pode achar
também que algum livro, algum professor ou qualquer outra pessoa venha te
mostrar como é que deixa de olhar apenas pra frente. É claro que muitos
caminhos lhe serão apontados, muitas ideias terão que lhe influenciar, pois
dificilmente acha-se uma saída partindo sozinho do zero. É preciso primeiro
analisar tudo que tem dentro de você, sendo mais específico, de sua mente,
questionar cada detalhe, entrar num acordo que a única certeza que possa ser
tomada como verdadeira é que você existe porque você pensa, e só. E então,
poderá sair das "correntes" e virar-se em direção a real saída da
caverna.