Tenho o que ficou. E tenho sorte até demais...

Quando vi, eu já tinha decidido não fazer mais nada. Inconscientemente me permiti não correr atrás de um trem que não iria parar. Remota era a chance dele parar! Quando eu vi, eu estava ali mesmo... parada. Apenas olhando mais um trem ir embora e não me levar. Mas quando olhei em volta, percebi que eu observava por uma janela, por uma janela de um outro trem. É, eu estava, sabe-se lá como, dentro de um trem. Não era o que eu tinha escolhido, mas se o outro já tinha ido, por que eu iria descer? E, já que, naquele momento eu não tinha destino, por que não seguir aquele? Ali, bem ali, eu decidi que iria sim. E o destino, a duração da viagem e a companhia não importavam tanto quando a minha decisão, consciente, de que eu iria dizer  sim para algo fácil pela primeira vez. Ia deixar de enlinhar a corda em vários nós só para ter o que fazer depois (desatá-los). Saí da janela e me sentei, satisfeita, porém, um pouco cansada das corridas que eu já tivera feito. Ali, eu soube, eram tempos de respirar.