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É na futilidade que encaixo quase todo mundo que vai aparecendo, outros acabam em algum lugar qualquer perdido dentro de mim, o que não deixa de ser um lugar fútil também, mas não tanto a ponto de ficar de fora, mas esses outros são pouquíssimos, e entre essa mínima quantidade não há nenhum com uma capacidade substancialmente considerável para ser considerado, de fato, não-fútil (porque importante é uma palavra pesada demais). E quanto mais impõem a diferença em si mesmos, mais eu vejo todo mundo ficando com a mesma cara, mesma fala, todo mundo gostando de ovomaltine (desculpa, Henrique, não leve isso tão a sério, mas acho que você não vai ler isso, então... rs.) e todo mundo achando que é bem preto em todo o resto que é apenas branco, quando sabemos que não passamos da pobre invisibilidade extrema. Porque sim, nós sabemos - ou deveríamos. E então, quando tal consciência nos domina, nos resta apenas nos impor objetivos individuais porque se não o fizermos, nada nos manterá vivos. E enquanto você não chega, não sai de casa, não pega um avião, não telefona, não toma uma decisão, não segura minha mão, não pergunta meu nome ou não nasce, eu permaneço sem cor e sem querer ter alguma diferente de quase todo mundo que vai aparecendo.