Do abismo em que você se retirou e me atirou

E hoje, sem nenhum esforço e nenhuma mentira, eu não sinto mais nem saudades, o que dirá vontade de te ter novamente? Pra ser mais sincera ainda, eu já consigo te ver com outra sem sentir nenhuma alteração elétrica nas minhas células. Quem diria, não é? Quem diria? E eu tinha tanto medo que esse dia (hoje) chegasse, mas agora que chegou não sinto medo nenhum (embora eu soubesse que não sentiria nada além de alívio). Eu tinha medo de me perder de você, de parar de ser sua, mas agora eu me perdi, agora eu parei de ser. Agora, ambos os lados, não sentem mais nada. Pelo menos do lado de cá, eu te garanto: passou. Precisei de choro, de vela, de uma nova dor, de um novo ar, de novas dores de cabeças, de novas raivas, de novos sorrisos, de novas inspirações, de uma nova paixão sem remédio. Precisei e achei, aí passou. Nós sabíamos que passaria, não é? Pois é, agora, finalmente, eu estou bem.