Do inferno, felicidade

Aquele sorriso era para mim. A sensação parecida com uma de de dois anos antes quando o sorriso nem era para mim, mas ainda assim eu o tomei como um raio de sol. Agora era pra mim. Só para mim. E os meus lábios sorriam sozinhos. Meus olhos. Meu peito sorria. Cada célula em mim retribuía o sorriso que era para mim. E todas as células dele, cada fio de cabelo dele, naquela noite, eram meus. E assim seria para sempre em tempo real. Naquela noite em que minha mente reviveria centenas de vezes futuramente. Mesmo que ele sumisse. Mesmo que ele fosse existir apenas para outra. Mesmo assim, naquela noite, ele era meu. E eu dele. Inteiramente dele, além daquela noite, mesmo que ele nunca chegasse a saber. Dele. De mais ninguém. Nem de mim.