Hoje é o céu, você e (talvez) eu.

Fiquei ali ouvindo tudo o que aquele homem - que esqueci mais uma vez o nome - falava, concordando e sorrindo - sabe-se lá como - nas horas certas. Nem sei  o que restava de mim naquele local. Minha cabeça não. Meu coração não. Nem visão. É, eu estava olhando pra dentro. Pensando, pela  quadragésima terceira vez no mesmo dia, se eu deveria ir atrás ou não. Se eu deveria ligar ou não. Se eu deveria aparecer. Ou não. Se ele realmente queria que eu fosse. Se ele não tinha desistido do convite. Se ele tocaria no assunto mais uma vez. Se ela (ela dele) estaria lá. Se. Se. SE! O porquê dele ter me chamado. O porquê dele ter voltado. Ressuscitado. Comecei a imaginar que aquilo podia não ser real. Só sonho. Sonhos. Ou um sonho grande de mais de um mês. Pessoas ficam em coma. Estaria eu em coma? A outra parte do meu cérebro cuidou em responder o que o homem estranho estava perguntando, não faço nem ideia do que saiu de minha boca, nesse ponto eu estava indo para a  quadragésima  quarta vez.