Eu me esqueci em algum lugar. Todas as terças e quintas das últimas semanas repeti isso: sinto minha falta. Onde me achar? Me entreguei com órgãos e energia a uma vida que sonhei e não me arrependo, mas isso custou realmente meus órgãos e minha energia (o que eu esperava, não sei) e agora tento sentar no meu lugar favorito de sempre: a beira do abismo, mas a inquietude do meu coração faz minhas pernas vacilarem pela pressa de sair correndo e me buscar de volta para ser mais.
Eu quero ser mais.
E o ser mais, hoje em dia, é todo o menos que fui antes.
A vida é um manicômio.
Todas as colunas do castelo foram feitas de um só material e isso não parece seguro, preciso de variações. Tento falar isso e sai até bonito em pensamento, mas, quando em voz alta, as pessoas escutam e fazem um certo tipo de recusa das ideias propostas… falam que o primeiro material que me propus a buscar não combina comigo, é contraditório, vacilante, inseguro e vai me levar a um evento de queda de lustre, talvez de teto e paredes.
Estou no meio do caminho em direção às compras, mas não anotei o endereço, não liguei o maps. No momento, estou entrando em ruas antes abandonadas, os postes continuam iguais, algumas casas não… Ainda assim, é muito provável que eu chegue ao local que venda os materais para essa nova coluna e as pessoas que me amam sabem disso até mais do que eu.
O que eu quero além de mim, nada; e onde vou parar, não sei.
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